domingo, 14 de junho de 2015

Não sei quantas almas tenho


Não sei quantas almas tenho. 
Cada momento mudei. 
Continuamente me estranho. 
Nunca me vi nem acabei. 
De tanto ser, só tenho alma. 
Quem tem alma não tem calma. 
Quem vê é só o que vê, 
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo, 
Torno-me eles e não eu. 
Cada meu sonho ou desejo 
É do que nasce e não meu. 
Sou minha própria paisagem; 
Assisto à minha passagem, 
Diverso, móbil e só, 
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo 
Como páginas, meu ser. 
O que segue não prevendo, 
O que passou a esquecer. 
Noto à margem do que li 
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu ?"
Deus sabe, porque o escreveu.

Fernando Pessoa

Hands Up


Posso partir,
Mas minha marca vai ficar
Em cada ato e pensamento
Palavra e sentimento
Passe o tempo que passar
Ela não vai se apagar
Porque mesmo distante
Continuarei com as mãos levantadas
Torcendo, lutando e continuando
Esperando pelo amanhã
Acreditando que coisas boas virão
Com novas aventuras, alegrias e muitas emoções!


Palavras soltas

Quando se tem algo a dizer
Lhe faltam palavras
Pensamentos...Atitudes...
Quando se tem o desejo de expressar algo
Tudo parece em vão
Pois além das palavras não aparecer
Não consigo comunicar
Por mais que tente e me esforce
Nada parece se encaixar
Como se as letras rodasse ao redor do papel
Como se nenhuma peça se encaixasse
E nessas condições
Perde-se o rumo e a razão
A vontade o desejo
E principalmente a comunicação
Perde-se quase tudo
Menos o que se passa...